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Mata Atlântica: um tesouro nacional que está sendo destruído

  • Larissa Borges e Stefanie Cabanelas
  • 21 de jun. de 2017
  • 7 min de leitura

Uma das maiores riquezas naturais da nação brasileira encontra-se atualmente em mais de 93% desmatada, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica. A destruição em massa desse bioma esta ligado á várias situações em que a maioria delas há envolvimento do homem e sua busca pelo poder.

A floresta é um patrimônio histórico natural do Brasil que se inicia no nordeste e estende-se por 17 estados do país, tem somente 7% de seus recursos originais mantidos. O estado da Bahia é o que mais desmatou no ano de 2016, seguido por Minas Gerais e Paraná. A Mata ocupa um papel muito importante para a sociedade, levando em consideração que tal local é ocupado por 62% da população brasileira, o que também contribui com a pressão do crescente aumento das cidades e da poluição que põem em risco as tentativas de preservá-la.

O DESMATAMENTO

Totalizando um aumento de 57,7% de devastação no âmbito da Mata Atlântica, de acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), em um ano já foram cerca de 29.075 hectares reduzidos em comparação ao ano de 2015/2016, dados que preocupam muitos pesquisadores, pois, de acordo com os especialistas da SOS amazônica, que é uma ONG com a missão de defender a Amazônia, há cerca de dez anos não havia uma derrubada do bioma em uma escala tão grande como foi registrado.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS?

A destruição da floresta é uma das fundamentais causas do aquecimento global. Sem contar que, a diminuição que ela vem sofrendo é um prejuízo que só cresce ao decorrer dos tempos, as quais principais consequências para esse feito é a ação antrópica, quando é feito pela ação humana. Perante isto, um estudo feito pela Discovery Brasil, mostra algumas causas que mais vem destruindo tal mata, em primeiro lugar está a Pecuária; Há áreas que foram ceifadas para a ocupação de pastagens para a criação de gado que gera a produção de carne em grande escala o que acaba destruindo o espaço da floresta; Extração de Madeira, cada árvore que é arrancada para se utilizar de outros modos, significa mais gás carbônico lançado na atmosfera; Agricultura, que se parece muito com a Pecuária, para primeiro se utilizar a da região prevista os agricultores “limpam a área”, o que significa destruir árvores para ali gerar seu plantio para comércio; Queimadas, por ser difícil de conter o impacto, ela se alastra muito rápido podendo causar danos que são irreparáveis para o Meio Ambiente; Mineração essa pratica exige a retirada de muitas áreas florestadas no seu entorno para a mineração e também para o desenvolvimento de estradas e vias de acesso para o transporte das mercadorias; Expansão urbana no decorrer dos anos é perceptível que o aumento de pessoas que mudaram para o campo cresceu, e para acolher os imigrantes foram necessário mudanças, que resultam em construções e que consequentemente quem sofreu foram as florestas, em dados divulgados pela Inpe aproximadamente 50% da população mundial mora em regiões que foram urbanizadas.

QUANDO TUDO COMEÇOU

Apesar deste problema se perpetuar e ser uma grande causa de destruições atualmente, o que pouco se sabe é que essa prática vem desde os primórdios, tendo o início da sua devastação, o período colonial em 1500, quando Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil, a Mata Atlântica estendia cerca de 131 milhões de hectares o que contabiliza apenas, 15% dos 851 milhões de hectares, como relata o Jornal Folha de São Paulo, dando o começo para a extração do Pau Brasil, lá os índios costumavam a viver em uma vasta floresta, e logo o pau brasil tornou uma preciosa matéria prima levando muitas vezes a brigas por ambiciosos em busca do domínio pelo território, pode se dizer que durante os séculos XV e XVII, pesquisas científicas constataram que mais de 460 mil árvores de espécies que da nome ao Brasil acabaram extintas da floresta que hoje é conhecida por Mata Atlântica.

QUEM PARTICIPAVA?

Esse encadeamento da destruição no período colonial, que quase acabou com o pau brasil, envolveu os europeus, que eram considerados os donos dos negócios, que por sua vez tinha que exportar a madeira e extrair dela corantes para a pintura de tecidos. Os índios tiveram seu papel nesse processo, eles trocavam seus serviços ou mercadorias sem utilizar a moeda. Posteriormente os escravos tiveram sua participação. Todos aqueles que sofriam pressão ou qualquer tipo de dominação eram obrigados a participar do aniquilamento.

Já em 1985 quando começou o monitoramento da SOS Mata atlântica, até o ano de 2015, o país sofreu cerca de 1,89 milhões de hectares perdidos.

Em dados revelados pelo g1, mostra a diferença do Brasil colonial e o atual, havendo uma nítida perda deste bioma.

O RECORDISTA

Quando se fala em ganhar normalmente, é algo que merece prêmio, mas infelizmente aqui vai ser diferente, dentre os 17 estados que possuem partes do bioma da Mata Atlântica monitorados, o maior índice de desmatamento recente é o estado da Bahia com maior área de manguezais, totalizando 73 000 hectares, ela lidera o ranking havendo uma diminuição de 12.288 hectares de floresta, revelam dados de um mapeamento florestal da ONG SOS Mata Atlântica e do Inpe, dentre os 10 municípios revelados quatro se localizam na Bahia:

A Bahia foi classificada como ganhadora nacional da destruição da vegetação da Mata Atlântica, entre os anos 2015 e 2016, como publicou o atlas do desmatamento que deu acesso ao Jornal Folha de São Paulo.

Com um aumento de 207% de devastação dessa vegetação, em relação aos anos de 2014 e 2015 as quatro cidades localizadas no Sul da Bahia, como mostra o infográfico, Santa Cruz de Cabrália, Belmonte e Porto Seguro, é causa da metade dessa destruição.

POR QUE A BAHIA?

O desmatamento que ocorre no Sul da Bahia não é em vão e existe uma explicação assim como os outros municípios que se encontram listadas nos dados da Inpe, começando com Santa Cruz de Cabrália, que fica a uma distância de 755km da capital da Bahia, o município onde foi feito a primeira missa no país, ficou em primeiro lugar com 3.058 hectares destruídos, o que quer dizer, que mais de 10% do total que foi extraído no bioma entre 2015 e 2016, se juntar aos 68 hectares da vegetação de mangue que também foram destruídos no período, a área sobe para 3.126 hectares, para explorar as finalidades que levaram a esse caos, e o porquê de florestas queimadas, destruídas a razão pelo qual esse lugar vem crescendo nas pesquisas remetem a forte atividade de silvicultura e pecuária.

O Departamento de Fiscalização Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, encontrou várias espécies de árvores nativas cortadas em toras, pranchões e Taubilhas. Entre as espécies identificadas, Juerana Branca, Paraju, Juerana Vermelha, Inhaíba, Louro-Branco e Aderno, entre outras. De acordo com o Radar 64, o responsável – que não teve o nome divulgado – foi autuado e encaminhado ao Ministério Público. As áreas haviam sido previamente identificadas através de imagens de Satélite. Na ação, foram confirmados incêndios e conversão em pastagens. Foram identificados alguns dos proprietários e apreendida uma espingarda e uma motoserra.

Outro local que vem desmatando em imensa quantidade é a região de Eunápolis, próxima a cidade do descobrimento nacional e a cidade de Belmonte, que atualmente vem sido prejudicada pela plantação de eucalipto, que está se expandindo cada vez mais em nosso país, devido à grande rentabilidade que é capaz de gerar.

A planta começou a ser amplamente utilizada depois da descoberta de seu valor econômico, e hoje é utilizada como principal fonte de alimentação da indústria da celulose no Brasil, o que acaba por ocasionar grandes discussões e até mesmo conflitos entre proprietários de terras plantadas com o eucalipto e a grande massa de militantes sem-terra. Uma das grandes vantagens do eucalipto e sua rápida difusão, é o fato de a planta ser capaz de se adaptar aos mais diversos tipos de climas, desde locais quentes e secos á outros extremamente frios e úmidos.

O plantio de tal erva está sendo uma das grandes razões para o desmatamento da mata local, pois necessita de um espaço muito vasto e limitado somente a esse plantio; uma monocultura. Além de que a plantação do eucalipto se infiltra no solo e são capazes de absorver enormes quantidades de água, podendo até mesmo ressecar rios e outras fontes hídricas existentes no entorno desses locais, o que ocorreu na cidade de Eunápolis, onde suas nascentes foram secadas pela cultura da erva. Além disso, o eucalipto deixa o solo infértil para o cultivo de outras espécies vegetais.

CONSEQUÊNCIAS

O hábitat de várias espécies de animais e vegetais acabam sendo extintas nesse processo, o que gera um mal para o próprio homem que devasta tais áreas naturais, levando em consideração que muitas espécies podem ajudar na cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas. Saiba mais na nossa outra matéria especial sobre este assunto.

Essa destruição de habitat não prejudica e tira o lar somente dos vegetais e animais, mas também as populações indígenas residentes nas florestas da Mata que estão sendo desmatadas.

Um fato agravante do desmatamento é o crescimento da erosão, que infertiliza o solo e trás uma serie de malefícios para o clima. Um dos papeis das árvores, além de filtrar o ar que respiramos, é proteger o solo para que a água da chuva não passe pelo tronco e infiltre no subsolo. Com a retirada dessas árvores a chuva cai diretamente sob o solo causando:

  • Enchentes de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos.

  • Extinção de nascentes; Devido a queda de infiltração de água nos lençóis freáticos; O que gera falta de água nas cidades que precisam dessas nascentes para partilha desse recurso para os cidadões de alguns municípios.

  • Elevação da temperatura como resultado da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto.

  • Proliferação de pragas e doenças

MONITORAMENTO SOS AMAZÔNIA

Para se saber os dados exatos que os hectares da Mata atlântica foram reduzidos é necessário que alguém faça isso, mas você já se perguntou como? Bom, através de um monitoramento feito pela ONG SOS Amazônia com o auxílio do Google Earth através de um satélite, para melhor compreensão o Jornal Folha de São Paulo disponibilizou no site como é feito esse procedimento que nos ajuda a ter noção do que está acontecendo com a área verde, veja a seguir:

Primeiro passo, as imagens de satélite do mapa original são separadas, a cada ano de análise.

Em uma escala detalhada a área de vegetação é dividida em pequenos quadros em que podem ser esmiuçados em uma única tela de computador.

As áreas que ainda tinham florestas nos levantamentos anteriores são assinaladas.

A colação da imagem, após o processamento digital, mostra onde a floresta sumiu ou não

.

Os dados são checados por uma outra pessoa e também com o auxílio do Google Earth.

A soma das áreas sem floresta que foram delimitadas mostra o tamanho do estrago.


 
 
 

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